Defender a soberania nacional e os direitos da classe trabalhadora | Combate Socialista Nº 203

Agosto começa com o tarifaço dos EUA contra o Brasil. É um dever lutar contra esse ataque da maior potência capitalista contra nosso país. Realizar uma ampla unidade de ação para enfrentar a Casa Branca nas ruas. Devemos estar na comissão de frente dessa batalha, com os métodos da classe trabalhadora.

Tio Sam quer roubar até o nosso tamborim

A extrema direita de Trump quer aprofundar a exploração e destruição ambiental para engordar os lucros de bilionários, Big Techs e do capital financeiro. Tratam a América Latina e o Brasil como quintal e apoiam genocidas nazistas de Israel. Atacam nossa soberania, economia e STF. Ameaçam nosso Pix, a 25 de março e nossos minerais. Se deixarmos, o Tio Sam rouba até o nosso tamborim e patenteia as rodas de samba. Aqui não!

O governo Lula/Alckmin não enfrenta Trump

Lula diz que “não somos quintal de ninguém” mas nada fez para nos defender dos ataques dos EUA. Palavras não bastam: precisamos de ações anti-imperialistas. Lula nem aplicou a lei de reciprocidade. Alckmin, histórico representante dos empresários paulistas, coordena negociações seguindo a burguesia brasileira, que prefere “negociar” de pires na mão, aceitando as ordens yankees. Entre os consultados pelo governo estão Meta, Google, Amazon, Apple e Visa, patronas do tarifaço de Trump. Nada de bom virá dessas “negociações”, que servem de freio à ação direta nas ruas. A exclusão de itens do tarifaço atende interesses dos próprios EUA. Com a extrema direita genocida de Trump não há negociação possível: ou enfrentamos ou eles avançam na exploração. Não por acaso, Haddad fala em entregar terras raras e minerais cobiçados pelas multinacionais (ver páginas centrais).

Os EUA nos saqueiam

Os EUA saqueiam o Brasil pela remessa de lucros das multinacionais e, sobretudo, pelo pagamento da dívida externa e interna. Também nos exploram via comércio: em 2024, tiveram superávit de US$ 7 bilhões em bens e US$ 28,6 bilhões. É uma relação parasitária que nos faz perder muito e pagar em dólar. O Brasil tem capacidade de produzir aqui motores, máquinas, combustíveis, aeronaves, produtos farmacêuticos, com seu parque industrial e desenvolver tecnologia com nossos próprios recursos. As multinacionais que sabotarem o país, a serviço de Trump, devem ser expropriadas e colocadas sob controle da classe trabalhadora.

Não podemos pagar o pato!

Diante do tarifaço, o governo Lula/Alckmin busca amenizar prejuízos dos empresários, propondo a destinação de recursos públicos para os capitalistas. Ou seja: o Tio Sam nos rouba, os empresários aceitam choramingando, o governo não enfrenta o imperialismo e nosso dinheiro vai parar no bolso de bilionários. Mesmo recebendo essa bolada, os empresários seguirão demitindo e rebaixando salários. Pior: os patrões aproveitam para tentar retirar direitos, arrancando o couro da classe trabalhadora. Não podemos pagar o pato!

A Faria Lima e o agronegócio vão muito bem

O PT e a frente ampla fazem discursos contra o BBB (bilionários, bancos, Bets), criticam a Faria Lima. Não temos dúvidas que o BBB e a Faria Lima são serviçais dos EUA. Mas nada disso se traduziu em medidas concretas. Lula não vetou totalmente o PL da devastação, permitindo ataques ambientais; não conteve as petroleiras imperialistas que querem explorar a costa do Amapá; manteve o arcabouço fiscal que congela investimentos sociais para garantir lucros de banqueiros e multinacionais; e o Plano Safra destina bilhões ao agronegócio devastador e golpista. Enquanto isso, salários seguem arrochados, o custo de vida dispara e saúde, educação, transporte e moradia sofrem cortes, privatizações e sucateamento.

Medidas urgentes pela soberania nacional e defesa da classe trabalhadora

Exigimos que CUT, CTB, UNE e MTST convoquem uma jornada nacional de lutas para exigir do governo Lula/Alckmin medidas efetivas em defesa da soberania e contra qualquer ataque a classe trabalhadora:

a) Aplicação imediata da lei de reciprocidade; defesa das terras raras e minérios, sem entrega aos EUA; Reestatizar a Vale e Petrobras 100% estatal; proibição do envio de lucros das multinacionais e taxação de suas receitas; não pagamento da dívida externa e interna; fim da autonomia do Banco Central e estatização do sistema financeiro; criação de uma frente latino-americana contra o imperialismo.

b) Expulsão de integrantes da embaixada dos EUA que colaboraram com o 8J; ruptura com Israel; punição de todos os golpistas; cassação de deputados bolsonaristas; cadeia para Eduardo e Jair Bolsonaro; expropriação das empresas financiadoras do 8J.

c) Fim do arcabouço fiscal, do teto de gastos e das regras ditadas por FMI, Banco Mundial e Plano Real; fim do Plano Safra; revogação do PL da devastação e do marco temporal. Reforma agrária sob controle dos sem-terra. Demarcação já!

d) Reajuste de salários e benefícios; redução de tarifas e alimentos; fim da 6×1! Redução da jornada de trabalho; arquivamento da reforma administrativa; revogação das reformas trabalhista, previdenciária, do NEM e das privatizações da BR Distribuidora e Eletrobras; demissão de Múcio (Defesa), Fávaro (Agricultura) e de todos os ministros do Centrão.

Propostas concretas para efetivar o “nós contra eles” que a frente ampla tanto fala, mas não realiza. Medidas urgentes em defesa da soberania nacional, contra os ataques de Trump, que vão além do discurso. Propostas em defesa da classe trabalhadora e dos setores populares, para romper com o império estadunidense, rumo a conquista de uma verdadeira independência nacional. Por isso, lutamos por um governo da classe trabalhadora, sem patrões, e por um Brasil socialista.