USP: A luta contra a extrema direita nas universidades
Por Jeane Carla, Vamos à Luta SP e Isadora Bueno, Vamos à Luta SP e Educação USP
No dia 21 de agosto, estudantes da Universidade Federal do Paraná deram um recado claro: a extrema direita não tem espaço nas nossas universidades. O vereador de extrema direita Guilherme Kilter (Novo) organizou um ato em defesa dos golpistas do 8 de janeiro e pela anistia de Bolsonaro. Os estudantes se mobilizaram e impediram a realização do evento, expulsando cada um dos fascistas do campus.
Desde o governo Bolsonaro, assistimos ao fortalecimento do discurso de ódio contra as universidades. Não por acaso, o movimento estudantil e as instituições de ensino tornaram-se alvos centrais. Nós, da Juventude Vamos à Luta (CST e independentes), afirmamos que com a extrema direita não há diálogo: é preciso destruí-los na luta e expulsar lideranças que venham às universidades para atacar estudantes e espaços estudantis.
O movimento estudantil precisa ocupar as ruas e exigir do governo Lula a prisão de todos os golpistas do 8 de janeiro, começando com a cadeia imediata de Bolsonaro. Só assim teremos força para barrar cada incursão da extrema direita em nossas instituições e para proteger estudantes, professores e os espaços físicos das universidades.
O mesmo padrão de ataques se repete na USP: vereadores e figuras da extrema direita, como Nikolas Ferreira (PL), têm ido à universidade para provocar, rasgar cartazes e agredir a comunidade acadêmica. Em um episódio recente, um estudante chegou a ser mordido por um ativista da extrema direita num sinal claro de que medidas firmes de autodefesa unificadas são necessárias.
Em resposta, no dia 2 de outubro foi realizado um ato na USP em defesa da FFLCH, convocado pela própria faculdade. A mobilização foi importante para reafirmar que, na USP, a extrema direita não se criará. O ato reuniu movimento estudantil, professores, funcionários, representantes da Faculdade e parlamentares que, em unidade, exigiram: fora fascistas da USP e expressaram também solidariedade à Palestina e apoio à Flotilha Sumud.
Estivemos presentes e reafirmamos: a mobilização unificada é o caminho para derrotar a extrema direita, expulsá-la das universidades e defender a educação pública. A atuação dos estudantes da UFPR, que impediram a realização do evento bolsonarista, mostra o caminho a seguir.
Somente com luta, organização e solidariedade entre estudantes, professores e funcionários colocaremos a extrema direita para correr — e preservaremos nossas universidades como espaços de ensino, pesquisa e resistência democrática.
