Combater a extrema direita nas ruas | Combate Socialista nº 209
Combater a extrema direita nas ruas
A extrema direita é inimiga do povo trabalhador e da juventude. Seu projeto ameaça direitos sociais, econômicos e democráticos, busca destruir políticas sociais e ambientais, perseguir mulheres, pessoas LGBTQIA+ e dizimar povos indígenas.
A chacina do Alemão e da Penha expressa esse projeto que transforma periferias em zonas de guerra. O aparato repressivo ocupa territórios para massacrar moradores com execuções sumárias e tenta naturalizar o genocídio da juventude negra. Ao mesmo tempo atuam para favorecer os pedófilos e estupradores com a aprovação do PDL da pedofilia na Câmara Federal. Por isso, precisamos combatê-los de forma unificada, mobilizando sindicatos, movimentos sociais e todos os setores democráticos nas ruas.
Trump é o líder desse projeto imperialista
O tarifaço contra o Brasil, as agressões à soberania da Venezuela e da Colômbia e o apoio a Milei integram uma estratégia imperialista dos EUA para recolocar a nossa região sob seu domínio econômico central. Trump reativa agendas intervencionistas sob o falso combate ao “narcoterrorismo”, discurso replicado por Cláudio Castro, Tarcísio de Freitas e a família Bolsonaro.
É preciso responder unificadamente nas ruas
As manifestações de 21 de setembro derrotaram a PEC da bandidagem e garantiram a isenção do imposto de renda até 5 mil reais. Essa vitória resultou da união entre CUT, CTB, MTST, UNE, PSOL, PT, PCdoB e do engajamento de artistas. É urgente retomar essa articulação junto com a Coalizão Negra por Direitos, MNU, UNEAFRO. Precisamos repetir a unidade do 21 de setembro em uma jornada de lutas contra as chacinas policiais e o genocídio do povo negro, contra a reforma administrativa, pelo arquivamento do projeto dos estupradores pedófilos, pela taxação dos bilionários, fim da 6×1 e reajuste salarial. Nossa luta no Brasil integra mobilizações internacionais, como os protestos “Sem Reis” nos EUA, as lutas internacionais da geração Z e a solidariedade ao povo palestino.
A frente ampla de Lula não é efetiva
O único caminho para enfrentar a extrema direita é a mobilização unificada. Postagens, ações institucionais e discursos parlamentares, por mais corretos que sejam, não bastam. É preciso unidade na luta e ações combativas coletivas. Mas a frente ampla de Lula, PT, PCdoB e PSOL não aposta nesse caminho. O governo Lula prioriza uma governabilidade conservadora, com pactos com a direita no Congresso, o agronegócio que assassina povos indígenas e acordos com golpistas como Múcio. Diante do tarifaço contra o Brasil e das ameaças militares à América Latina, Lula normaliza relações com Trump e a Casa Branca, negociando setores estratégicos como terras raras, favorecendo multinacionais do petróleo com leilões de privatização e abertura de poços na foz do Amazonas. No plano interno, o governo mantém diálogos e ações com o assassino Cláudio Castro.
Em nome da “estabilidade econômica” para a Faria Lima e a Bovespa, aplica o arcabouço fiscal que estrangula serviços essenciais, destina bilhões ao agronegócio pelo plano safra, deixa correr a reforma administrativa que desmonta serviços públicos e financia privatizações de governadores como Tarcísio. Isso dá fôlego aos partidos que sustentaram o governo genocida de Bolsonaro e a grupos empresariais complacentes com o autoritarismo ou envolvidos na intentona de 8 de janeiro. Para piorar, durante a COP, o governo colocou Belém sob comando da cúpula militar golpista, que defende ditadura, ao decretar a reacionária GLO.
Essa estratégia de alianças com patrões e pactos com reacionários apenas fortalece a direita e a extrema direita, como se viu com a vitória eleitoral do centrão.
Construir um bloco da esquerda independente
A frente ampla de Lula não é alternativa para a classe trabalhadora e os setores populares. Por isso é urgente construir uma esquerda independente, sem patrões. Uma esquerda que não aceite tutela de empresários, que confronte o imperialismo e rejeite o arcabouço fiscal e o plano safra de Lula. Um bloco que coloque no centro o trabalho de base, a militância social e a luta direta nas ruas contra patrões, agronegócio e multinacionais.
A CST defende a reorganização da esquerda radical, propondo unidade entre UP, PCBR, PSTU, MRT, SoB e setores independentes como Plínio Jr., Dirlene Marques e Renato Cinco. De forma unitária, sem hegemonismos nem autoproclamação, podemos erguer um polo combativo das esquerdas socialistas e comunistas. Nossa tarefa imediata é dar passos firmes rumo à construção de um campo ou bloco independente da frente ampla de Lula, reorganizando forças e unificando lutas.
A CST é uma organização socialista revolucionária e independente, seção no Brasil da UIT-QI. Defendemos a unidade dos revolucionários e revolucionárias. Lutamos por um governo da classe trabalhadora, sem patrões, e por um Brasil socialista. Seja militante: participe das reuniões e se organize para atuar no seu sindicato, DCE, movimento de mulheres, ambiental, de negros e negras. Participe de nossa campanha financeira e ajude a manter esse projeto revolucionário. Divulgue este jornal no seu local de trabalho, estudo, entre amigos e familiares. Traga suas ideias, venha debater e fortalecer a proposta da esquerda independente.
