Chega de Chacinas! Prisão para Cláudio Castro!
Por Adriano Dias e Bárbara Sinedino, Coordenação Nacional da CST
Em 28/10, o governador Cláudio Castro realizou a maior chacina da história do país desde a redemocratização, nos Complexos do Alemão e da Penha, causando a morte de 121 pessoas. Só no seu governo foram 3 chacinas. Essa chacina ocorreu no mesmo momento em que Trump agride a soberania brasileira e realiza ações militares contra a Venezuela e Colômbia com o argumento de “combate as drogas”. A polícia militar e civil usou práticas fascistas, com tortura, decapitações e execuções sumárias aplicando uma política de extermínio racista. As operações policiais acontecem há décadas nas favelas, a maior parte das pessoas que morrem são pretas e pobres, e o crime organizado só cresceu neste período.
A falácia do discurso de Cláudio Castro
Cláudio Castro mente quando diz que suas “operações” são para combater o “crime” e as “drogas”. Primeiro porque o grande criminoso do estado é esse mesmo governador que está envolvido em esquema de desvio de dinheiro. Seu discurso serve para instaurar o medo na população da favela e sua prática não combate “o crime”. Os milicianos que controlam territórios, os grandes barões do tráfico de armas e drogas convivem muito bem nos governos, nos palácios e mansões. Recentemente o deputado estadual Thiago Raimundo dos Santos Silva, o TH Jóias, do MDB – aliado e integrante da base do governo Castro – foi preso por envolvimento com tráfico de drogas, corrupção e lavagem de dinheiro. Há suspeitas de ligação do deputado com o Comando Vermelho, confirmando que os bandidos de verdade estão no poder: no palácio laranjeiras, na ALERJ. (foto de C.C. com TH Jóias)
Lula e a frente ampla não enfrentam a extrema direita
O governo Lula e a frente ampla do PT, PCdoB, REDE e PSOL, não são eficazes contra a extrema direita. Na véspera da chacina, Lula esteve reunido com Trump. O governo Lula “dialoga” com o genocida Cláudio Castro através do Ministro Ricardo Lewandowski. Ambos se reuniram no dia seguinte da operação e anunciaram uma Cooperação unificando a ação do estado com a união. Lula não se posicionou de forma contundente contra a chacina e tampouco se solidarizou com as famílias das vítimas. O prefeito Eduardo Paes respalda as operações. O PSOL aposta as fichas na proposta de “Impeachment” de Cláudio Castro, alimentando a ilusão de que a ALERJ, liderada por Bacellar, amigo pessoal do bandido TH Jóias e aliado de Cláudio Castro, vai encaminhar o processo de derrubada do governador. Não esquecemos a eleição unânime de Rodrigo Bacellar para a presidência da ALERJ, inclusive com votos do PSOL. As chacinas disfarçadas de operações policiais são referendadas pela lei de drogas, instituída pelo governo Lula em 2006.
Guilherme Boulos (PSOL), recém ingresso na Secretaria Geral da presidência com o objetivo de articular o governo com os movimentos sociais, se limitou a ações institucionais e a convocar um minuto de silêncio. Não utilizou seu capital político para convocar protestos contra a chacina.
É preciso ocupar as ruas contra as chacinas policiais!
É preciso responder unificadamente nas ruas. As manifestações na Penha, em SP, e em outras cidades foram bons exemplos de mobilizações. A mobilização na rua impôs o fim da PEC da bandidagem e garantiu a aprovação da isenção do imposto de renda de até 5 mil reais. Essa luta aconteceu em unidade da CUT e CTB; MTST e UNE; PSOL, PT, PCdoB; e sobretudo do engajamento de artistas.
Exigimos dessas direções uma nova jornada de lutas, repetindo a mesma unidade para protestar contra as chacinas policiais e o genocídio contra o povo negro. Por cadeia para Cláudio Castro e toda a cúpula civil e militar envolvida na chacina. Pelo fim da PM, da Polícia Civil, PRF e pelo desmantelamento do aparato repressor. Temos que transformar o 20 de novembro nessa nova data de mobilização.
Exigimos do governo Lula: Edição de Medida provisória proibindo a militarização das favelas e todas as operações policiais nas periferias! Revogação da lei de drogas! Legalização das drogas!! Proibição de uso de técnicas e armas israelenses no território nacional, aplicar a lei de reciprocidade contra os EUA e taxas suas multinacionais, repudiar a agressão à soberania Venezuelana e Colombiana.
