Não às novas ameaças de agressão militar de Trump contra a Venezuela e a Colômbia!
Não às novas ameaças de agressão militar de Trump contra a Venezuela e a Colômbia!
Por Unidade Internacional de Trabalhadoras e Trabalhadores – Quarta Internacional
03/12/2025. O ultra-direitista Donald Trump anunciou novamente em 2 de dezembro: “Começaremos a atacar também em terra”, referindo-se à Venezuela e levantando a possibilidade de fazer o mesmo com a Colômbia. Ele fez isso usando o falso argumento do narcotráfico: “A Colômbia tem fábricas inteiras de cocaína” (…) “Qualquer um que faça isso e venda para o nosso país está sujeito a ataques… não apenas a Venezuela”, alertou Trump (La Nación, Argentina, 03/12/2025). Tal é o grau da agressão imperialista que Trump “ordenou” o fechamento do espaço aéreo venezuelano para voos comerciais de passageiros.
Nós, da UIT-QI, como socialistas revolucionários, repudiamos essas ameaças imperialistas e os ataques com mísseis realizados pelo ultra-direitista Donald Trump no Caribe e no Pacífico. Desde setembro, os Estados Unidos realizaram dezenas de bombardeios, resultando na morte de mais de 80 pessoas, várias delas venezuelanas, colombianas, equatorianas e cidadãs de Trinidad e Tobago. Tratam-se de assassinatos a sangue frio, cometidos em águas internacionais. Diversas vítimas da Colômbia, Venezuela e Trinidad foram identificadas por suas famílias como pescadores, que trabalhavam em pequenos barcos no sul do Caribe.
Essa política agressiva do imperialismo estadunidense, sob o pretexto de combater o narcotráfico, busca intensificar a pilhagem dos recursos naturais dos países, a superexploração dos povos do mundo e conter a mobilização das massas, que ameaça todo o sistema capitalista/imperialista, atolado em sua crise mais profunda.
Todos esses ataques fazem parte da contraofensiva global lançada por Trump para tentar reverter a crise de dominação econômica e política dos Estados Unidos, que, por sua vez, integra a crise global do capitalismo imperialista. Trump está empenhado em “Tornar a América Grande Novamente”, como diz seu slogan, até agora sem sucesso. Mais recentemente, isso se manifestou no apoio incondicional ao regime genocida de Netanyahu e à limpeza étnica em Gaza e em toda a Palestina, onde ainda não puderam cantar vitória.
Durante meses, o presidente de extrema-direita Donald Trump mobilizou aproximadamente 10.000 militares, destróieres equipados com mísseis Tomahawk, caças F-35 e bombardeiros estratégicos B-52. Além disso, enviou seu maior porta-aviões para o Caribe, o USS Gerald Ford, acompanhado por um grupo de ataque de vários navios de guerra, posicionados bem próximo às costas da Venezuela e da Colômbia. Trump fez um acordo com o governo da República Dominicana para usar o país como base de apoio militar.
Na realidade, toda essa mobilização militar no Caribe e no Pacífico não é uma demonstração de força; pelo contrário, evidencia as fragilidades e crises do imperialismo, que vem sofrendo anos de reveses e fracassos econômicos, políticos e militares. Esses reveses começaram com a derrota no Vietnã em 1975 e continuaram com a retirada do Afeganistão em 2021, após 20 anos de ocupação fracassada.
Trump também não enfrenta uma tarefa fácil nos próprios Estados Unidos. Pesquisas recentes mostram que mais de 70% da população se opõe a uma invasão militar da Venezuela ou de qualquer outro país. Vários parlamentares democratas e alguns republicanos questionaram a legalidade dos bombardeios em águas internacionais. A ponto de seis congressistas democratas — todos veteranos das forças armadas ou dos serviços de inteligência — divulgarem um vídeo alertando os militares de que eles “podem se recusar a cumprir ordens quando forem ilegais”. Trump acusou os democratas de “comportamento sedicioso” e escreveu: “Cada um desses traidores da nossa pátria deve ser preso e levado à justiça”. E acrescentou que a atitude deles era “punível com a morte” (La Nación, Argentina, 03/12/2025).
Isso ocorre em meio a denúncias de que o presidente dos EUA apoiou a conduta de seu Secretário de Defesa, que supostamente ordenou o assassinato de dois sobreviventes no Caribe. E no contexto da declaração de que operações seriam lançadas dentro da Venezuela “muito em breve”.
Uma reportagem do The Washington Post, baseada em depoimentos de oficiais do Pentágono, indicou que o Secretário de Defesa, Pete Hegseth, teria dado a ordem verbal para matar dois sobreviventes, que se agarravam aos destroços do navio em chamas. O almirante Frank Bradley, chefe do Comando Conjunto de Operações Especiais (JSOC), aparentemente transmitiu a ordem às suas forças, que lançaram um ataque adicional no qual os dois sobreviventes indefesos foram mortos.
A UIT-QI e suas seções reiteram o repúdio às ações criminosas de Trump no Caribe e no Pacífico e às ameaças de agressão militar contra a Venezuela e a Colômbia, incluindo qualquer bombardeio ou invasão de territórios. Trump agregou em suas ameaças a exigência de que Nicolás Maduro renuncie ao poder, algo que também condenamos.
A UIT-QI e o Partido Socialismo e Liberdade (PSL), sua seção venezuelana, não apoiam o governo Maduro, uma ditadura capitalista que, com um falso discurso socialista, oprime e explora o povo trabalhador. Porém, é o povo trabalhador venezuelano que deve determinar seu próprio destino, e não o imperialismo genocida dos Estados Unidos. Portanto, condenamos a agressão imperialista na costa venezuelana, bem como qualquer ataque ou tentativa de invasão militar do país.
Nós, da UIT-QI, convocamos os povos da América Latina e do mundo a repudiar e a se mobilizar contra a presença dos navios de guerra e das tropas dos EUA no Mar do Caribe e no Oceano Pacífico. O presidente colombiano Petro também repudiou as ameaças agressivas de Trump. Propomos que ele convoque um dia de repúdio e uma mobilização continental para derrotar Trump. Exortamos também Lula, no Brasil, a se manifestar no mesmo sentido, algo que ainda não aconteceu. Chamamos as organizações políticas, sindicais, estudantis, feministas e das dissidências, que se identificam como democráticas e anti-imperialistas, a convocar mobilizações unificadas nas ruas ou em frente às embaixadas e consulados dos EUA em todos os países. Basta de bombardeios navais e assassinatos no Caribe e no Pacífico! Não às ameaças intervencionistas de Trump e do imperialismo contra a Venezuela e a Colômbia! Fora Trump da América Latina!
Unidade Internacional de Trabalhadoras e Trabalhadores – Quarta Internacional (UIT-QI)
03 de dezembro de 2025
