Educação e burocracia sindical em SP

A COEDUC tem que chamar paralisação para derrotar Nunes!

Por Rana Agarriberri e Isadora Bueno, Educação em Combate

No final de maio, a educação foi surpreendida com um brutal ataque do prefeito Ricardo Nunes: o afastamento dos diretores das escolas apontadas como unidades com baixo rendimento. É importante destacar que muitos diretores afastados são grevistas ou apoiadores das greves.

Nunes tenta responsabilizar os profissionais pela falência da educação

A crise da educação é um projeto, e vai mal porque esse é o interesse das classes dominantes, que lotam as salas, aprovam a Reforma do Ensino Médio, não fornecem estrutura para as UEs e atacam o plano de carreira.

Infelizmente, a direção da COEDUC não teve uma política de construir de fato a mobilização contra a intervenção. A resistência se deu, centralmente, pela luta das comunidades escolares.

Nunes tentou assoprar a mordida e chamou uma reunião em 2/6 com as entidades e seu secretário de Educação, para “acolher e dialogar”. Porém, a máscara logo caiu, e a reunião revelou-se apenas mais uma reunião de trabalho. Minutos após o início do encontro, o secretário se retirou alegando “outros compromissos”.

Os diretores, corretamente indignados, abandonaram a “reunião” e protestaram em frente à Secretaria de Educação.

Pressão de verdade: só a base organizada pode derrotar o prefeito!

Isso ocorre ao mesmo tempo em que a Prefeitura descumpre o protocolo de greve e desconta os dias parados na mobilização, dificultando a reposição por parte dos grevistas. A COEDUC diz que fará novas reuniões com a Prefeitura para renegociar o prazo, mas reunião tem que ter pressão!

Diante desse cenário catastrófico, o Combate propôs na plenária da COEDUC de 27/5 que haja uma assembleia com paralisação da categoria para pressionar o governo da extrema-direita.

Diante da bronca da categoria, a burocracia votou a paralisação para o dia 6 de junho, mas não cumpriram, chamando apenas um ato às 10h, quando todos estarão trabalhando. Essa medida fragiliza a luta e permite que a extrema-direita siga com seu projeto!

É necessário convocar assembleia com paralisação na rede municipal para enfrentar Ricardo Nunes e seu projeto privatista e garantir o protocolo de greve!

Fortalecer uma oposição na APEOESP

Por Danilo Bianchi – Conselheiro da Apeoesp – Educação em Combate

O governo Tarcísio avança na privatização, militarização e precarização das escolas. Ignora mais de 100 mil professores aprovados no concurso de 2023 e, em vez de nomeá-los, abre novo processo seletivo para temporários, aprofundando a instabilidade e a superexploração.
Além disso, prometeu um reajuste fake de 5%, sem ganho real para os professores. A realidade nas escolas é de estrutura precária, assédio ligado às plataformas digitais e medidas autoritárias como o PEI e a Avaliação 360°, que transformam o ambiente escolar em um espaço hostil.
O cenário se agrava com a permanência do Novo Ensino Médio, não revogado por Lula/Alckmin, que empobrece o currículo e entrega a educação aos interesses privados. Pior: o BNDES, sob gestão federal, financia a privatização das escolas paulistas.
A direção da APEOESP, controlada pela Articulação Sindical (PT) e com apoio de correntes do PSOL, não está à altura das necessidades da categoria. Recusa unificar lutas, como na greve dos servidores municipais, desperdiçando a chance de um movimento contra Tarcísio e Nunes.
A CNTE também se omite, priorizando a defesa do governo federal em vez de lutar pela revogação do NEM e pela unificação nacional das lutas.
Por isso, o Educação em Combate chama a seguir com a mobilização e construir a oposição a essas direções, enraizada nas escolas e à altura dos desafios da categoria. Essa é a nossa batalha.

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