Disputar os rumos dos atos de 07/09

No início de agosto entrou em vigor o tarifaço imposto pelo reacionário presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o ataque promovido pela principal potência capitalista contra o Brasil precisa ser enfrentado a partir da mobilização dos trabalhadores e trabalhadoras.

Apesar do recuo anunciado em algumas tarifas a verdade é que eles servem mais ao interesse dos próprios Estados Unidos e mais de 30% dos produtos brasileiros continuam com a taxação de 50% como anunciado por Trump.

O governo Lula/Alckmim enfrenta os ataques de Trump?

As declarações de Lula sobre o tarifaço tentam demonstrar um enfrentamento ao imperialismo estadunidense, no entanto, as palavras não passam de um jogo de cena, a Lei de Reciprocidade por exemplo, não foi aplicada em nenhum grau aos Estados Unidos. Haddad e parte do governo tentaram negociar colocando na mesa as terras raras brasileiras e até o PIX, e agora anunciam a MP Brasil soberano que vai destinar 30 bilhões de reais para salvar o lucro dos empresários, essa mesma MP irá compor uma comissão de negociação de demissões dos trabalhadores brasileiros, ou seja é muito mais uma MP da subserviência a Faria Lima e a Donald Trump.

É neste contexto que estão sendo chamados os atos do dia 07/09 em todo país, nós defendemos a mais ampla unidade de ação para enfrentar essas políticas e propomos a intervenção nesse processo desde os fóruns que organizarão os protestos e também nas categorias, e na juventude com uma política independente do governo, que proponha de fato medidas que defendam a soberania brasileira.

As direções das Centrais boicotaram a continuidade das lutas

Somos parte daqueles que defendem a necessidade de organizar atos e manifestações contra as taxações de Trump e por isso defendemos a continuidade na luta desde os protestos do dia 10/07, infelizmente as direções das maiores centrais (CUT/CTB) organizaram verdadeiros boicotes aos atos do início do mês.

Neste sentido, seguimos exigindo das direções da CUT, CTB, UNE e MTST uma jornada de lutas que defendam medidas efetivas pela soberania do país e contra os ataques aos trabalhadores e trabalhadoras e que deverão ser parte da batalha até o dia 07/09.

Propor um bloco da esquerda independente nos atos do dia 07/09

Para defender um Brasil soberano, que enfrente Trump, o imperialismo e o entreguismo da burguesia nacional, é preciso seguir mobilizados, por isso, nós da CST fazemos um chamado a  UP, PCBR, PSTU, MRT, SoB e forças que não integram a frente ampla a conformar um bloco da esquerda independente nos debates e assembleias e no ato do dia 07/09.

  1. Aplicação imediata da lei de reciprocidade; defesa das terras raras e minérios, sem entrega aos EUA; Reestatizar a Vale e Petrobras 100% estatal; proibição do envio de lucros das multinacionais e taxação de suas receitas; não pagamento da dívida externa e interna; fim da autonomia do Banco Central e estatização do sistema financeiro; criação de uma frente latino-americana contra o imperialismo.
  2. Expulsão de integrantes da embaixada dos EUA que colaboraram com o 8J; ruptura com Israel; punição de todos os golpistas; cassação de deputados bolsonaristas; cadeia para Eduardo e Jair Bolsonaro; expropriação das empresas financiadoras do 8J.
  3. Fim do arcabouço fiscal, do teto de gastos e das regras ditadas por FMI, Banco Mundial e Plano Real; fim do Plano Safra; revogação do PL da devastação e do marco temporal. Reforma agrária sob controle dos sem-terra. Demarcação já!
  4. Reajuste de salários e benefícios; redução de tarifas e alimentos; fim da 6×1! Redução da jornada de trabalho; arquivamento da reforma administrativa; revogação das reformas trabalhista, previdenciária, do NEM e das privatizações da BR Distribuidora e Eletrobras; demissão de Múcio (Defesa), Fávaro (Agricultura) e de todos os ministros do Centrão.

Por último, a CST defende uma solução profunda: estrategicamente propomos a unidade dos revolucionários e das revolucionárias. Lutamos por um governo da classe trabalhadora, sem patrões, e um Brasil socialista. Por uma efetiva unidade anti-imperialista latino-americana contra Trump, rumo a uma Federação das Repúblicas Socialistas da América Latina.