Exemplo a ser seguido: unidade da esquerda independente vence eleição no DCE Livre da USP!

Por Rhayssa, estudante de História e do Vamos à Luta e Jeane Carla, Vamos à Luta SP
O movimento estudantil da Universidade de São Paulo (USP) protagonizou uma disputa histórica nas eleições para o DCE Livre da USP. A chapa “Pra dizer nosso nome: unidade é pra lutar”, construída pelo Vamos à Luta (CST+ independentes) em unidade com UJC (PCBR), Correnteza (UP), Juntos (MES) e Rebeldia (PSTU), derrotou o campo da majoritária da UNE na universidade, representada pela chapa 3 (UJS- PCdoB, Levante Popular, juventudes do PT, Afronte- PSOL) e conquistou a principal entidade estudantil do país.
A vitória foi celebrada como exemplo de que a unidade da oposição unifica é capaz de vencer o governismo do setor majoritário da UNE, que tem como prioridade a defesa do governo Lula e não está disposta a enfrentar os ataques contra a juventude e a classe trabalhadora e, sobretudo, mobilizar os estudantes para conquistar as nossas pautas.
Propostas de transformação para universidade
A unidade da oposição unificada nas eleições de DCE foi por um programa de independência política do governo Lula e que se enfrente com a extrema direita de Tarcísio e Bolsonaro. Nesse sentido, a unidade da esquerda independente, nas eleições, apresentou um conjunto de propostas que dialogam com as demandas concretas da juventude pobre e que enfrentam o projeto elitista da USP:
– Cotas trans e vestibular indígena, ampliando o acesso e enfrentando o caráter excludente da universidade;
– Permanência estudantil, com aumento imediato do PAPFE, expansão das vagas na
moradia e o fim das filas imensas do bandejão;
– Corte de relações da USP com Israel, rompendo convênios acadêmicos e científicos
enquanto persiste o genocídio contra o povo palestino, além da exigência ao governo Lula de romper relações com Israel;
– Combate à extrema-direita.
Outro eixo central é o enfrentamento à extrema-direita, que busca espaço entre a juventude com discursos de ódio, racistas, machistas e LGBTfóbicos. Cabe ao movimento estudantil não permitir que esses ataques à nossa faculdade continuem, mobilizando a luta em sala de aula e em cada centro acadêmico. A juventude não vai aceitar retrocessos. A extrema-direita deve ser combatida em todos os espaços, com organização, unidade e luta.
Já Basta (SOB) e Faísca (MRT) fragmentam a oposição
Nem todos os setores da esquerda independente compreenderam a necessidade da unidade da oposição para enfrentar a majoritária da UNE e os ataques dos governos. O Já Basta e o Faísca preferiram apresentar uma chapa separada. Essa divisão apenas fortalece a majoritária, que há anos se apoia em acordos com os governos Lulistas de plantão para garantir cargos no governo. Desde o último congresso da UNE, apresentaram-se dois setores do movimento estudantil: a majoritária, que não luta e tem como objetivo defender o governo Lula, e a esquerda independente representada na oposição unificada, que quer lutar pelos interesses da juventude pobre e pela universidade pública. Nesse marco, chamamos os companheiros a repensarem a sua posição e vir construir em unidade o setor da oposição unificada.
Por uma UNE combativa e independente!
A conquista do DCE Livre da USP é um passo estratégico para a disputa nacional. Agora cabe ao próprio DCE da USP exigir da UNE um plano de luta unificado pelo país, pelas cotas trans, vestibular indígena, fim da privatização e sucateamento das universidades e todas as nossas pautas a nível nacional.
A juventude quer lutar. Nós mostramos na USP que a unidade é o caminho para vencer.
A vitória da chapa mostra que é possível derrotar a majoritária da UNE e colocar a cada entidade do movimento estudantil a serviço das lutas da juventude e das(os) trabalhadoras(es).Precisamos de uma UNE independente do governo e comprometida com as lutas. A aposta é clara: consolidar a unidade da oposição unificada, superar o sectarismo e transformar a UNE em uma trincheira de luta, com independência de qualquer governo. Para os estudantes, a unidade da oposição não é apenas uma palavra de ordem, mas uma necessidade para derrotar o governismo da majoritária da UNE, os ataques da extrema direita e enfrentar a frente ampla de Lula.