Cadeia para Bolsonaro e todos os golpistas! Não à PEC da bandidagem!

No início do mês de setembro ocorreu o julgamento do núcleo principal responsável pela intentona golpista do 8 de janeiro. Na cabeça dele, Bolsonaro e alguns de seus ex-ministros como Braga Netto, Anderson Torres e Augusto Heleno. O resultado foi a condenação de Bolsonaro a 27 anos e meses de prisão e também de todo o núcleo golpista, com diferentes penas. Uma condenação que paga apenas parte dos crimes cometidos por ele em um governo que levou à morte mais de 700 mil pessoas durante a pandemia da COVID-19, pela negligência e negacionismo de Bolsonaro e da extrema-direita.

O país comemorou o resultado com muita festa. Mas precisamos ficar em alerta, porque queremos que Bolsonaro e seus cúmplices fiquem na cadeia sem regalias, combatendo os acordões históricos que, no Brasil, as elites e os poderes acostumaram a fazer. Por exemplo, já se fala em um acordo entre STF, relator da anistia, Paulinho da Força Sindical e Temer para diminuir a pena dos golpistas.

Câmara aprova a PEC da bandidagem e avança na anistia

A Câmara dos Deputados aprovou a PEC da bandidagem em uma articulação do centrão com a extrema-direita, que contou com 12 votos de parlamentares do PT e a liberação da bancada por parte do governo Lula. Essa PEC permite que parlamentares só possam ser alvo da Justiça com a aprovação do próprio Congresso, ampliando também para presidentes de partidos. Não é coincidência essa ampliação diante das acusações feitas contra o presidente do União Brasil, Antônio Rueda, de que fornecia aviões para o PCC.

Foi um absurdo a aprovação desse projeto, que demonstra o que é a Câmara dos Deputados: um curral de corruptos e bandidos da pior espécie que se autoprotegem. Dados iniciais demonstram que em torno de 80 parlamentares são alvo de investigações, sendo que cerca de 30 desses por suspeitas de desvios de emendas. A PEC cairia como uma luva para esses bandidos. Não satisfeitos, no dia seguinte à aprovação da PEC, ainda aprovaram a urgência da lei da Anistia para os golpistas do 8 de janeiro.

Ocupar as ruas contra a PEC da bandidagem e sem anistia

A saída não é esperar o Parlamento ou o Judiciário decidir, mas sim ocupar as ruas como feito no dia 21/09. Ocupar por cadeia e confisco de bens de Bolsonaro, de todos os golpistas e de seus financiadores. Contra qualquer tipo de acordo para suavizar a pena dos golpistas. Contra a PEC da bandidagem e por cadeia para os corruptos do centrão e da extrema-direita.

Para que isso aconteça, é necessária mobilização. Por isso exigimos das direções das grandes centrais, CUT e CTB, a continuidade dos atos do dia 21/09. Têm que sair da paralisia e da lógica eleitoralista e organizar de verdade a classe trabalhadora para enfrentar os golpistas, a Faria Lima, o centrão, a extrema-direita e as medidas de austeridade do governo Lula, como o arcabouço fiscal.

O pacto de governabilidade não serve para a nossa classe

A frente ampla encabeçada pelo governo Lula/Alckmin se constituiu com a falsa ideia de que é possível aliar-se com setores ditos democráticos da direita para combater a extrema-direita, mas é uma falsa ideia.

O bolsonarismo, assim como os movimentos de extrema-direita ao redor do mundo, se alimenta das frustrações com governos que reivindicam, em palavras, a democracia, mas que são responsáveis por ataques aos direitos e medidas de restrição às liberdades democráticas.

Mais uma vez se vendeu a ilusão de que uma frente com apoio do centrão e de reacionários de diferentes partidos seria progressiva para frear a extrema-direita. Mas o que temos visto é um Congresso Nacional cuja base de apoio do governo Lula é decisiva para aprovar os ataques estruturais à nossa classe e ainda criar mecanismos antidemocráticos, como a PEC da Blindagem.

É preciso construir outro projeto, com independência de classe, que queira destruir a extrema-direita. Isso passa por começar aplicando um programa radicalmente diferente, combatendo os privilégios dos ricos e ampliando direitos à nossa classe.

Não temos dúvidas de que o bolsonarismo e toda essa corja reacionária deve ser derrotada em todos os terrenos. Mas, sem enfrentar as raízes que permitem esse tipo de movimento se fortalecer, corremos o risco de novas figuras da extrema-direita capitalizarem a simpatia de milhões de trabalhadores, que, frustrados porque a vida não melhora com a frente ampla, terminem depositando confiança política em oportunistas e inimigos da nossa classe.

A forma de construir uma alternativa com independência de classe é fortalecendo as mobilizações e exigindo a unidade das lutas, para, no calor desse movimento, construir uma força política e social que esteja 100% a serviço dos interesses intransigentes da classe trabalhadora.

 

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Piquete Nacional: internacionalista e feminista

No dia 17/09 realizamos um piquete nacional do jornal Combate Socialista, em apoio à Flotilha Sumud e pela legalização do aborto. Reforçamos os atos e ações em solidariedade ao povo palestino e divulgamos as mobilizações do dia 28 de setembro.

Nosso jornal chegou às mãos de operários e operárias, carteiros e carteiras, trabalhadores e trabalhadoras do serviço público e da educação, além de estudantes da USP, UFMG, UFRJ e UFF. Também realizamos piquetes em estações de trem e outros locais de grande circulação.

Agradecemos a todos os leitores e leitoras que ajudam a manter vivo o Combate Socialista. Contamos com vocês para ampliar nossa rede: divulgue o jornal entre amigos, colegas e familiares, envie críticas e sugestões, e contribua financeiramente para que possamos seguir imprimindo e distribuindo uma imprensa revolucionária.

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