#EleNão ecoou no Brasil e no mundo

Uma verdadeira primavera feminista!

Faltando apenas uma semana para a eleição, o Brasil assistiu um fato histórico: as mulheres protagonizaram uma verdadeira primavera feminista. No dia 29 de setembro, milhões de mulheres ocuparam as ruas das principais cidades do país e de várias capitais mundo afora e numa espécie de prévia da votação que deverá acontecer em 7 de outubro, se uniram para repudiar Jair Bolsonaro, o candidato presidencial que até hoje encabeça as pesquisas. Foi um ato político consciente para rejeitar suas propostas fascistoides, ultraconservadoras, racistas, misóginas, em defesa da tortura e da ditadura militar. Estas multitudinárias manifestações sem dúvida foram uma resposta fantástica frente à popularidade que este obscuro capitão reformado vinha ganhando ao criticar demagogicamente o atual regime político podre, seus partidos e suas instituições, do qual fez parte durante sete mandatos de deputado federal.

O protagonismo das mulheres na convocação, organização e na garantia dos atos é parte de uma época em que as mulheres têm sido o ponto mais combativo e avançado da sociedade. Desde a greve geral mundial de mulheres em março de 2017, passando pela primavera feminista que derrotou Eduardo Cunha, as mulheres seguem sendo a ponta de lança contra o obscurantismo. O movimento de massas ocupou as ruas do país de forma unitária a uma semana das eleições contra um candidato à presidência! Ou seja, não aguardamos as urnas para dar uma resposta à Bolsonaro. As ruas mais uma vez mostram seu protagonismo, um protagonismo que nenhum setor político conseguiu capturar, mantendo sua unidade e pluralidade, o que foi determinante para o sucesso dos atos.

Sem dúvidas estamos frente a um processo inédito que nos impõe novas tarefas. O retumbante fracasso das instituições e dos partidos da ordem para resolver os graves problemas sociais como os absurdos índices de desemprego, a falta de segurança e o sucateamento dos serviços públicos essenciais como saúde e educação, geraram uma massa imensa de desesperançados e marginalizados que procuram uma saída para suas vidas. Esse é o caldo social onde germinam os bolsonaros. Essa é a explicação para que este capitão reformado que chegou a dizer: “o erro da ditadura militar foi torturar ao invés de matar”, seja visto como um “salvador da pátria”,

Porém, as mulheres não se deixaram enganar. Essa é a grandiosidade da ação protagonizada no dia 29: desmascarar as graves consequências que teria o triunfo deste personagem e buscar a forma de derrota-lo. O #EleNão foi uma resposta contundente a esse aprendiz de Trump, que além de reacionário, misógino, racista e homofóbico pretende governar para os ricos e o sistema financeiro, aplicando mão dura contra a classe trabalhadora, a juventude e as liberdades democráticas. Seu vice, o general Mourão, já abriu o jogo: quer acabar com o 13° salário e com o adicional de férias. Mas essa só é a ponta do iceberg. Seu proposto para o ministério da economia, Paulo Guedes, é um economista neoliberal, formado na Universidade de Chicago, sócio de bancos e de fundos de investimentos, que defende “privatizar tudo”.

Estamos cheias de razões para continuar nas ruas com o #EleNão. A primeira é que nos demonstrou que é possível derrotar um projeto com propostas fascistoides e ultrarreacionárias com a mobilização. Mas além disso, deve servir para reverter as contrarreformas do governo Temer, seja quem for que chegue ao governo. Por isso devemos dar continuidade a esta mobilização. Mulheres de diferentes organizações já estão articulando um novo dia de mobilização. Esse é o caminho e aí estaremos juntas mais uma vez! São tempos de mudanças e renovação. Ao calor deste processo temos que definir as tarefas necessárias para sair desta crise. Para tanto é necessário construir uma alternativa política e econômica pela esquerda, da classe trabalhadora, para derrotar não só os Bolsonaros, mas também os partidos que já governaram e são responsáveis da atual crise. De nossa parte, neste domingo 7 de outubro estaremos como PSOL 50, apoiando nossos candidatos, a começar por nossa chapa presidencial Guilherme Boulos/Sónia Guajajara. Mãos à obra!

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