Aaron Bushnell: “não serei mais cúmplice de genocídio”

Aaron Bushnell: “não serei mais cúmplice de genocídio”

Em 25 de Fevereiro, Aaron Bushnell, um jovem soldado da Força Aérea estadunidense, de vinte e cinco anos, ateou fogo ao próprio corpo na frente da embaixada israelense em Washington. Em transmissão ao vivo nas redes sociais, ele afirmou: “não serei mais cúmplice de genocídio. Estou prestes a me envolver em um ato extremo de protesto — mas comparado ao que as pessoas têm experimentado na Palestina nas mãos de seus colonizadores, não é nada extremo. Isso é o que a nossa classe dominante decidiu que será normal”.

Sua autoimolação foi um gesto desesperado de protesto contra o Genocídio que o Estado de Israel pratica contra o povo palestino. Mesmo enquanto queimava, em meio a dores terríveis, ele repetia a consigna “Palestina Livre”. Um oficial nazi-sionista, da embaixada de Israel, que acompanhava esse ato, apenas mantinha uma arma apontada ao jovem soldado.

Esse sacrifício se dá em um momento no qual milhões de palestinos estão presos entre o avanço das Forças Armadas israelenses e a fronteira do Egito. Os palestinos de Gaza tiveram toda a pouca infraestrutura civil que havia no território destruída pelas forças armadas israelenses, e colonos estão bloqueando a entrada de ajuda humanitária, o que leva a população palestina a morrer pelas balas e bombardeios israelenses, de fome, frio e doenças. Foi em protesto a esse genocídio, praticado pelo Estado de Israel, financiado por Estados e burgueses apoiadores do Sionismo e apoiado pela mídia burguesa, que Aaron Bushnell ateou fogo a si próprio.

A ação de Aaron, embora drástica, foi consciente. Ele postou em suas redes a seguinte reflexão: “Muitos de nós gostamos de nos perguntar: o que eu faria se estivesse vivo durante a escravidão? Ou o Jim Crow South? Ou o Apartheid? O que eu faria se meu país estivesse cometendo genocídio? A resposta é: você está fazendo isso. Neste momento”.

A juventude Vamos à Luta envia condolências aos seus familiares e amigos. Nossa simpatia para com sua profunda indignação com o genocídio que se passa na Palestina. Nutrimos o máximo respeito pela sua coragem.

Infelizmente, sua indignação não encontrou um canal através da mobilização massiva e radical nas ruas, nem pôde desaguar por meio da organização revolucionária. Mas atitudes como as de Aaron não passam despercebidas. Seu exemplo de abnegação será lembrado. Ele nos dá uma nova esperança mesmo num momento tão doloroso.

Sua doação moral pela causa palestina, apesar da forma desesperada de se expressar individualmente, pode ser um motor para nossa luta seguir com mais força e em honra de sua memória. A juventude estadunidense e mundial precisa encontrar o caminho revolucionário, da mobilização de massas, da luta anti-imperialista, anticolonial e anticapitalista radical, para deter a máquina de guerra estadunidense e sionista, para enfrentar a crise do capital e a putrefação do sistema capitalista.

Todos os jovens que assistem o que ocorre contra o povo palestino e que desejam deter a máquina militar sionista estão do lado certo da História. Mas o honesto e honroso desejo de justiça e de repúdio ao genocídio em Gaza não pode ser satisfeito através de saídas individuais, por mais heroicas que sejam. Queremos que a juventude encontre uma saída através da luta coletiva e organizada para mudar o mundo, colocando milhões de pessoas nas ruas, agindo com os métodos grevistas da classe trabalhadora e organizando nossa autodefesa contra o Apartheid e o terrorismo invasor sionista e capitalista. Apoiando ativamente a heróica resistência palestina e batalhando pelo seu triunfo militar contra o exército de ocupação colonial. Assim, traves da ação direta coletiva, com métodos combativos e da organização revolucionária, é que tamanha indignação e fúria pode ser satisfeita plenamente. E isso só será feito por meio de um programa socialista e revolucionário mundial.

O que o jovem Bushnell fez pode servir para militarmos mais para massificar os protestos pela causa palestina, que de imediato significa lutar pelo Cessar-fogo, Já! Além disso, devemos exigir ruptura de todas as relações diplomáticas, militares e econômicas com o Estado de Israel e expulsão de seus diplomatas, que conspiram com golpistas, do Brasil.

Fazer valer o sacrifício de Aaron Bushnell! Lutar por Palestina Livre, do Rio ao Mar! Romper relações entre Brasil e Israel agora!

Descanse em paz, Aaron Bushnell! Seguiremos sua indignação contra o genocídio!

27 de fevereiro de 2024
Juventude Vamos à Luta

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