60 anos do golpe de 1964: seguir a luta contra os golpistas do passado e do presente!

Há 60 anos atrás, as Forças Armadas do Brasil, aliadas à burguesia local, aos setores conservadores do nosso país e ao imperialismo estadunidense, realizaram um sangrento golpe que liquidou as liberdades democráticas da classe trabalhadora e do povo e inaugurou 21 anos de uma ditadura assassina. Foram longos anos sem o direito de livre manifestação, com sindicatos biônicos e salários de fome. Os opositores foram presos, torturados e assassinados. Foi executado um verdadeiro genocídio contra os povos indígenas, ataques aos quilombolas, além de massacres contra camponeses e contra a população LGBT+ (especialmente as travestis e pessoas trans) e outros infinitos crimes. Até hoje os responsáveis civis e militares pela ditadura nunca foram punidos, graças à aprovação da Lei de Anistia de 1979 e do pacto social firmado junto às classes dominantes e a oposição parlamentar e reformista. Isso estimula que, ainda hoje, a Polícia Militar siga matando o povo negro nas favelas, acobertada por tribunais militares que absolvem os assassinos.

Não foi por acaso que a mesma cúpula das Forças Armadas organizou junto com Bolsonaro a intentona golpista de 8 de janeiro de 2023. A cúpula militar sempre esteve e sempre estará à frente, ao lado e dentro de todo e qualquer movimento reacionário e antidemocrático, pois é o eixo do aparelho repressivo ultrarreacionário e atuou sempre assim: desde o Império, defendendo os escravocratas contra as revoltas e rebeliões indígenas, negras e populares; no massacre contra o povo paraguaio; no golpe que implantou a República da Espada de Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto; até os dias de hoje. Agora, na intentona do 8J, assim como antes, eles estão impunes. Golpistas, como Múcio, seguem como Ministros das Forças Armadas do governo Lula/Alckmin.

Diante disso, é absurdo que o governo Lula/Alckmin se negue a realizar ações sobre essa data, impeça que seus ministros o façam e desmobilize as manifestações que já costumam acontecer. A Ditadura e seus reflexos são evidentes agora e jamais podem ser esquecidos pela classe trabalhadora e os setores populares. Diferente do presidente Lula, não esquecemos e nem perdoamos. Queremos memória, verdade e justiça. E isso significa a reabertura da Comissão da Verdade e publicização de todos os arquivos da Ditadura, junto de ações concretas para as comissões de ex-presos políticos, de familiares de desaparecidos, com a punição de torturadores (agentes do Estado brasileiro).

Para seguir a luta contra os golpistas do passado e do presente, nós, da CST, além de prestarmos nossa homenagem para todas as lutadoras e lutadores que dedicaram suas vidas à derrubada da Ditadura, conclamamos a ocupar as ruas para gritar “Ditadura nunca mais!” e “Sem Anistia!”. Isso significa punição para os golpistas de 64 e da intentona de 8J liderada por Bolsonaro. Defendemos o confisco de bens, cassação de mandatos, exoneração de cargos e prisão dos golpistas. A expropriação das empresas e patrimônio de todas as empresas e empresários que financiaram a tentativa de golpe, como a Havan. Fim do repasse de verbas públicas a empresas que enriqueceram na ditadura de 64, como a Rede Globo e empreiteiras. Redução geral de todo orçamento militar. Fim do GSI e da ABIN. Desmantelar o conjunto do aparelho repressivo! Fim das chacinas nas favelas!

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