Jornal Combate Socialista entrevistou lideranças da esquerda

Em dezembro de 2023 lançamos uma campanha por uma frente eleitoral da esquerda independente. Avaliamos que essa tática poderia colaborar na apresentação de uma chapa por fora dos partidos dos patrões e do governo da frente ampla nas eleições municipais de 2024. Pensamos que pulverização das esquerdas, como em 2022, não ajuda na disputa contra o projeto de colaboração de classes do Lulismo e na luta contra a extrema direita.

Você viu em nosso jornal e nossas redes essa defesa nos últimos meses.  Nós defendemos uma frente eleitoral da esquerda independente, que não está no governo Lula-Alckmin e nos governos estaduais e municipais da frente ampla e luta contra a extrema-direita golpista. Nossa proposta era uma reunião conjunta da UP, PCB, PCB-RR, PSTU e demais organizações e coletivos para debater essa possibilidade. Entrevistamos e reunimos com as lideranças desses partidos e com dirigentes independentes (aqui nesta edição você pode conferir algumas delas). Porém a proposta de uma reunião conjunta não ocorreu porque as demais organizações não concordaram com essa ideia.

Do mesmo modo, neste período, observamos as forças da esquerda do PSOL.  As maiores organizações desse campo, como o MES, APS, Fortalecer, não se dispõem a desacatar as diretrizes da federação PSOL-REDE. Não se propõem a desobedecer a cúpula Psolista que hoje ocupa Ministérios e cargos em altos escalões do governo federal.  Seguem, com mais ou menos nuances, nas chapas da frente ampla liderada por Boulos e Edmilson. No caso do RS, liderado pelo MES, é o próprio PSOL quem entregou a cabeça de chapa ao PT.

Nesse meio tempo não ficamos parados. Batalhamos para aproximar forças que estão fora da frente ampla de Lula e na esquerda socialista consequente. Integramos, juntamente com Plinio de Arruda Sampaio Jr, o MRT,  SoB, PR, Silvio Sinedino e Marco Antonio Perruso a reunião “de organizações e dirigentes socialistas revolucionários”.

A nossa visão geral está disponível na entrevista de nosso camarada Babá, integrante de nossa coordenação nacional e figura histórica do trotskismo em nosso país. Mesmo sendo uma disputa municipal a CST vai realizar uma forte batalha contra a frente ampla e o governo central . Como diz Babá “Não podemos apoiar o governo Lula/Alckmin nem depositar confiança na frente ampla”. Esse é o caminho para construir uma esquerda independente, classista em nosso país e em nível internacional.

A CST seguira atuando como organização socialista e revolucionária independente, nas lutas e nas eleições. Vamos utilizar nossa participação na batalha eleitoral visando desmascarar toda a falsidade do atual regime político dos bilionários; denunciar o comitê de negócios dos empresários que é o estado burguês; divulgar nosso programa operário e popular contra a exploração capitalista e todas as formas de opressão; defender que a única via para as mudanças verdadeiras é a luta coletiva e apoiar as greves como a que ocorrer agora dos servidores da FASUBRA; explicar a necessidade de um governo da classe trabalhadora, sem patrões, e um Brasil Socialista.

Entrevistas:

“A política de frente ampla nas eleições municipais levará a colaboração de classes às últimas consequências”

Plinio de Arruda Sampaio, Editor de Contrapoder


“A aliança construída agora pelo PT foi ainda mais ampla (e à direita) do que a das eleições de 2002”

Zé Maria, Presidente do PSTU 


“O governo burgo-petista não se comprometeu com o exame das contrarreformas”

Sofia Manzano, do CC e da Comissão Política Nacional do PCB


“esse governo tem desarmado ativamente a classe trabalhadora e impondo derrotas a ela no sentido de suas condições econômicas”

Gabriel Lazzari, do Comitê Nacional Provisório do PCB-RR


“Não há conteúdo revolucionário que sobreviva à liquidação numa aliança eleitoral com a burguesia”

Rojú Soares, Graduando em Ciências do Estado pela UFMG, militante ecossocialista, e comunicador politico


“Após este período de 16 meses, constatamos que é um governo mais recuado do que o esperado.”

Dirlene Marques, Professora da UFMG e integrante do Polo Socialista Revoluções de 2020, como candidatura ao senado em Minas.


“Qualquer esquerda que faça jus ao nome deve ser oposição a Lula 3 (como foi em relação a Lula e Dilma anteriormente)”

Marco Antonio Perruso, Professor da UFRRJ. O camarada integrou o Polo Socialista e Revolucionário de 2022 no Rio de Janeiro.

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