Contra as demissões e o plano motosserra de Milei-FMI / Greve e plano de luta da CGT-CTA

Adolfo Santos

Estamos no meio de uma batalha importante. Por um lado, o governo de extrema-direita de Milei e o seu plano motosserra, apoiado pelos grandes grupos econômicos e pelo FMI. Por outro lado, os/as trabalhadores/as, os/as aposentados/as e os setores populares, organizando lutas, greves e mobilizações em defesa dos salários, dos direitos e contra as demissões e os cortes orçamentários. Exigimos da CGT e da CTA uma nova greve geral e um plano nacional de luta para derrotar o brutal ajuste.

O governo não reduz o ritmo e continua a aplicar o seu plano motosserra a serviço do FMI. Liquida salários e pensões, produz demissões em massa e corta verbas para a educação, a saúde, a cultura ou aquelas destinadas aos setores sociais mais necessitados. As consequências dessas políticas são visíveis: a pobreza cresce, o desemprego aumenta, devido à recessão brutal, e epidemias como a da dengue espalham-se sem solução, gerando maior sofrimento para o povo trabalhador e os setores populares.

Isso explica porque é que em poucos meses o novo governo de extrema-direita foi confrontado por greves, protestos e mobilizações de rua. Setores da saúde, da educação, das estatais, dos aeroviários, dos rodoviários e do movimento operário industrial, como os metalúrgicos, têm realizado greves contra as políticas governamentais. Protestos que se espalharam por assembleias setoriais, como as da cultura, ou as organizadas pelas comunidades nos bairros, tentando impedir o avanço do plano motosserra. Nesse sentido, a greve nacional de 24 de janeiro revelou-se uma importante ferramenta unificadora, contribuindo para a queda da Lei “ônibus”.

Uma nova greve geral

Ao longo desse tempo, a classe trabalhadora e os setores populares têm demonstrado que não estão dispostos a aceitar o brutal ajuste do governo e do FMI e que querem lutar. A greve nacional convocada pela Ctera no dia 4 de abril, a greve com mobilização dos trabalhadores estatais no dia 5, a marcha dos metalúrgicos da Ternium (fábrica do grupo Techint/Rocca, localizada em Ramallo) até a Plaza Mitre de San Nicolás, a massiva assembleia dos ferroviários de Sarmiento contra a privatização dos trens e as demissões, entre outras manifestações, colocaram na ordem do dia a convocação imediata de uma nova greve geral e de um plano nacional de luta.

Um importante setor sindical, grupos de delegados combativos, movimentos piqueteiros aguerridos, assembleias de bairro; setores da cultura, de defesa do meio-ambiente, de mulheres, de estudantes, dos direitos humanos, de aposentados; e organizações políticas de esquerda reuniram-se no dia 3 de abril, na sede do Sutna, e adotaram importantes resoluções. Manifestaram-se por uma nova greve geral e, de forma consequente, propuseram promover uma mobilização contra as demissões para o dia 12 de abril. Deliberaram “convocar […] os lutadores de todas as áreas […] no dia 1º de maio, na Plaza de Mayo, para apoiar e impulsionar as lutas, coordenar ações e tomar iniciativas para derrotar o plano de ajuste [….] do governo Milei”. E decidiram se mobilizar diante do Congresso durante a discussão da nova Lei “ônibus”, apresentada pelo governo em negociação com a oposição patronal, que, entre outros ataques, propõe uma reforma trabalhista para retirar direitos.

Os sindicatos de docentes e de funcionários das universidades nacionais, ATE Conicet e FUA, convocaram uma grande marcha para o dia 23 de abril em defesa das universidades estatais, públicas, laicas e gratuitas e de verbas para salários e bolsas estudantis, contra a motosserra de Milei.

Não há tempo a perder. Não se pode permitir que as lutas setoriais permaneçam isoladas e sofram desgastes. É necessária a unificação dos protestos em curso numa nova greve geral, acompanhada de um plano nacional de luta, que dê continuidade ao movimento com atos, mobilizações e manifestações regionais, demonstrando ao governo, às multinacionais e à oposição patronal de todos os tipos que não estamos dispostos a aceitar o plano motosserra, a liquidação de salários e aposentadorias e o protocolo anti-piquete de Bullrich, que procura impedir o protesto.

Diante de um governo que continua com seu ajuste brutal, a CGT acaba de anunciar uma nova greve geral para o dia 9 de maio. Foi anunciada uma grande Marcha da Educação Federal para o dia 23 de abril, com estudantes, professores e funcionários. E está chegando o 1º de maio.

Vamos, todas e todos nós, marchar no dia 1º de maio e cruzar os braços em massa no dia 9 de maio. A greve tem que fazer parte de um plano nacional de luta. A CGT e a CTA devem convocar imediatamente assembleias nos locais de trabalho e plenárias de delegados para construir a luta, preparando o conjunto do movimento operário para derrotar o ajuste e o protocolo repressivo de Milei e do FMI.

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