Entrevista com Vera Lúcia | Pré-candidata a presidenta pelo Polo Socialista e Revolucionário

“convido a conhecer e somar conosco na construção do Polo Socialista Revolucionário”

 

Nosso jornal, que está a serviço da construção do Polo Socialista e Revolucionário, entrevistou a nossa pré-candidata à presidência, Vera Lúcia. Com ela, estivemos nos lançamentos de RS, RJ, PA, MG e SP. Agradecemos que ela tenha disponibilizado esse tempo para nos atender e, assim, nossos leitores vão dialogar em primeira mão, e diretamente, nas palavras de Vera, para conhecer um pouco mais de sua trajetória e das propostas dos socialistas e revolucionários nesta eleição.

 

Combate: Conte um pouco de sua trajetória.

Vera: Nasci em Inajá, cidade localizada no Sertão de Pernambuco. Tem 54 anos, sou operária sapateira e sou formada em Ciência Sociais pela Universidade Federal de Sergipe. Saí do Sertão ainda menina, junto com meus pais, em busca de melhores condições de vida. Como a maioria dos sertanejos que chegam à grande cidade, fomos morar na periferia, no bairro Santos Dummont, em Aracaju. Trabalhei como garçonete, datilógrafa, antes de entrar para a fábrica de calçados Azaleia, aos 19 anos. Foi aí que comecei minha militância. Estou no PSTU desde a sua fundação, em 1994. Em 2018, fui candidata à presidência da República e tive como vice o professor Hertz Dias, do Maranhão. Juntos, formamos a primeira chapa 100% negra a disputar a presidência do Brasil. Hoje, sou a única pré-candidata mulher, negra, operária e nordestina à presidência do Brasil pelo PSTU e pelo Polo Socialista Revolucionário.

 

CS: Qual sua avaliação do governo Bolsonaro/Mourão?

 

V: O governo Bolsonaro/Mourão é inimigo dos trabalhadores, do povo pobre e dos setores oprimidos. É um governo que impõe um projeto de genocídio, desemprego, precarização, fome, devastação ambiental e entrega do país. Tudo isso embrulhado num arranjo autoritário de supressão das liberdades democráticas. Bolsonaro defende a implantação de uma ditadura no país e trabalha para isso o tempo todo.

O governo Bolsonaro/Mourão é expressão de um país em franco processo de decadência, desindustrialização e recolonização imperialista. Totalmente integrado, de forma subordinada, aos interesses imperialistas. Por isso, é urgente derrotar este projeto de fome e ditadura. Mas não se faz isso meramente com voto, nem confiando nas instituições da burguesia. É preciso ter os trabalhadores organizados, mobilizados e organizados com independência da burguesia, justamente para também acabar com esse sistema capitalista, chefiado pelos ricos. O Polo Socialista Revolucionário atua nesse sentido, buscando avançar a consciência e organização dos trabalhadores, construindo uma alternativa socialista.

 

CS: Por que a chapa Lula/Alckmin não é uma alternativa?

 

V: O PT repete o fracassado projeto de conciliação de classes com a burguesia. Nós já tivemos a experiência desse tipo de governo do PT, o resultado final foi a eleição do Bolsonaro e o fortalecimento da ultradireita. Tudo isso acompanhado de um processo de desmobilização e desorganização da classe trabalhadora.

Lula e o PT – ao buscar construir um governo de unidade nacional com setores do capital financeiro, das multinacionais e do agronegócio, com o representante da ala mais conservadora do PSDB, Geraldo Alckmin – defendem um projeto que não vai romper com a política econômica do atual governo, mas sim governar o capitalismo em crise.

Lula e Alckmin, depois de eleitos, vão inevitavelmente governar para a burguesia e para o imperialismo. Não vão resolver os problemas do povo porque não vão enfrentar os interesses dos bilionários e das grandes empresas que sugam as riquezas do país. Tanto é assim que, após pressão dos empresários e da grande imprensa, retiraram a proposta de revogação da Reforma Trabalhista do plano de governo.

 

CS: Quais as propostas fundamentais do Polo Socialista e Revolucionário?

 

Para mudar de verdade o país e a vida do povo é necessário adotar medidas duras, que ataquem a propriedade privada e os super ricos. Por isso, é fundamental expropriar as 315 maiores empresas para socializar a riqueza produzida pelos trabalhadores e que esse parasitas injustamente se apropriam.

É importante revogar as reformas Trabalhista e da Previdência, para garantir empregos dignos, acabar com a “uberização” do trabalho, e duplicar o valor salário mínimo, rumo ao salário apontado pelo Dieese.

Temos que reestatizar as empresas que foram privatizadas. Suspender o pagamento da dívida pública aos bancos para que haja recursos para saúde, educação, moradia, transporte.

Defender os povos indígenas, as comunidades quilombolas e camponesas e interromper a acelerada destruição da natureza que favorece grandes empresários do agronegócio, da mineração e da energia.

Realizar uma reforma agrária que assegure terra e condições de produção aos camponeses pobres.

Por um fim ao genocídio praticado pelas forças policiais contra a juventude negra e pobre da periferia dos centros urbanos, assim como desmilitarizar as polícias.

Combater a todas as formas de opressão (machismo, racismo, LGBTfobia, xenofobia, …).

Essas medidas só serão garantidas com os trabalhadores auto-organizados e com independência de classe como princípio, para organizar uma revolução dos “de baixo” para derrubar os “de cima”: uma revolução socialista, onde a classe trabalhadora e o povo pobre irão assumir o controle do poder político e governar o país: um governo socialista, da classe trabalhadora e do povo pobre.

 

CS: Deixe um recado para nossos leitores e leitoras.

 

V: Deixo um convite aos leitores e leitoras a conhecer e somar conosco na construção do Polo Socialista Revolucionário, que é um espaço coletivo e democrático, que busca construir uma alternativa não simplesmente para as eleições. É um projeto construído com independência de classe e de ruptura com a ordem vigente.

V: Convidamos a todas e todos a participar da pré-campanha e da campanha eleitoral das candidaturas do Polo Socialista Revolucionário, que será um momento de construção de uma alternativa política para o nosso país, na defesa de um programa socialista para o Brasil.

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