Milei venceu, o peronismo da UP desmoronou e a lista encabeçada por Myriam Bregman venceu a interna da FIT Unidad

Javier Milei foi o mais votado nas PASO [Primárias, Abertas, Simultâneas e Obrigatórias], canalizando boa parte da revolta popular. Massa-Grabois ficaram em terceiro lugar, atrás de Patricia Bullrich, que também não correspondeu às expectativas de Juntos por el Cambio [Juntos pela Mudança]. O voto em Milei é um voto de protesto completamente errado, já que ele é um político de extrema direita e reacionário, que só pode oferecer menos direitos, mais fome e submissão com seu plano moto-serra contra a classe trabalhadora, as mulheres, as dissidências e a juventude. Que Milei tenha obtido mais votos se explica pelo desastre a que nos conduziu o governo peronista nestes quatro anos. Tal governo pediu apoio “contra a direita” para, em troca, pactar com o FMI, levando-nos a uma inflação galopante, mais pobreza, tarifas exorbitantes e uma enorme redução de salários e aposentadorias. Isso gerou uma grande decepção que, infelizmente, foi canalizada eleitoralmente para a oposição patronal.

Neste quadro – em que as três forças patronais juntas alcançaram 86% dos votos -, a Frente de Izquierda Unidad [Frente de Esquerda Unidade] obteve valiosos 630.000 votos para presidente. A lista encabeçada por Myriam Bregman e Del Caño foi a grande vencedora da interna da FITU em todo o país. Na estratégica província de Buenos Aires, a candidatura de “Pollo” Sobrero para governador obteve uma grande votação nos bairros populares e operários, como em La Matanza e em outros distritos. A mesma coisa aconteceu nas demais províncias, com destaque para as amplas vitórias em Córdoba, Jujuy e Neuquén, entre outras. A única exceção foi na polêmica eleição para Chefe de Governo realizada em CABA, sem relação com a eleição nacional.

A lista PTS – IZQUIERDA SOCIALISTA venceu com 70% dos votos contra 30% da lista divisionista do PO-MST encabeçada por Solano-Ripoll, que rompeu a unidade da FITU nas PASO numa luta descabida por cargos, dedicando-se a atacar nossa lista com acusações infundadas em vez de enfrentar os candidatos do ajuste.

Conclamamos agora os/as lutadores/as e o restante da esquerda a se juntarem a nós no desafio que se abre de enfrentarmos todos os candidatos patronais nas eleições gerais de outubro, apoiando as candidaturas da Frente de Izquierda Unidad encabeçadas por Bregman. Continuaremos a levantar de maneira consequente um programa de fundo, como fizemos nas PASO, pela ruptura com o FMI; o não pagamento da dívida; em apoio às lutas operárias e populares, como as de Jujuy e da educação; em defesa dos direitos das mulheres, das dissidências e da juventude; contra a destruição ambiental; e em repúdio à repressão e à violência policial.

Saudamos toda a nossa abnegada militância, que tornou possível este grande passo. Redobraremos agora o enfrentamento a Milei, Bullrich e Massa, chamando a união e o fortalecimento da FIT Unidad para enfrentar os candidatos do ajuste, da pilhagem e da submissão ao FMI. E fortalecendo uma alternativa operária e socialista para lutar por um governo da esquerda e dos/as trabalhadores/as.

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