O ultra-direitista Milei venceu. Chamamos o enfrentamento ao plano motosserra contra o povo trabalhador!

O ultra-direitista Milei, junto com a defensora do genocídio Victoria Villarruel, venceu o segundo turno e assumirá o novo governo. Desta forma, infelizmente, consuma-se o triunfo de uma fórmula de extrema direita, tremendamente perigosa, que reivindica o genocídio e propõe implementar um plano motosserra contra os trabalhadores, as mulheres, as dissidências e a juventude.

O desastre causado pelo governo peronista da Unión por la Patria [União pela Pátria], liderado por Alberto Fernández, Cristina Kirchner e pelo candidato Sergio Massa, foi tão grande, que o descontentamento popular foi erroneamente canalizado para uma variante de extrema direita, tornando possível a chegada ao poder de um novo personagem do tipo de Bolsonaro.

Foi uma votação contra um governo que, em quatro anos, mergulhou o país numa inflação de 140% – um roubo massivo de salários e aposentadorias – e na pobreza extrema, seguindo o pacto com o FMI, enquanto grandes empresários, bancos, multinacionais e os rentistas internacionais fizeram grandes fortunas. Um enorme ajuste que contou com a condenável cumplicidade da CGT, da CTA e de toda a burocracia sindical traidora.

Devemos acrescentar a isso, como preparação do terreno para o surgimento e triunfo de Milei, a responsabilidade de todos os governos patronais anteriores. Infelizmente, tudo isso levou, como já havia ocorrido nas PASO, grandes setores populares e da classe trabalhadora a votar, de forma equivocada, em Milei, acreditando erroneamente que poderia ser uma saída. Mas Milei e Villarruel se encarregaram de mostrar que defendem a ditadura, o governo menemista dos anos 90 – que provocou a outro desastre – e os quatro anos de macrismo. Milei postula como modelos o imperialismo estadunidense, que nos subjuga e explora, e o Estado sionista de Israel, que está provocando um verdadeiro genocídio contra o povo palestino.

Depois das PASO, milhões votaram nas eleições gerais e depois no segundo turno contra Milei. Votaram em Massa de nariz tapado (algo que nós, da Izquierda Socialista, também fizemos no segundo turno). Porém, o repúdio ao governo acabou prevalecendo.

Agora, abre-se um novo capítulo no país. Nós, da Izquierda Socialista, membro da Frente de Izquierda Unidad – que defendemos a derrota de Milei com um voto crítico em Massa, sem lhe dar qualquer apoio político –, apelamos às trabalhadoras e aos trabalhadores, às organizações sociais e de desempregados combativas, ao movimento estudantil, ao movimento de mulheres – que conquistou o aborto legal nas ruas – e à juventude, para que enfrentem em unidade o enorme ajuste, pilhagem e subordinação que Milei e Villarruel propõe. Para que defendam os salários e as aposentadorias, a saúde e a educação públicas; para que combatam as privatizações, as demissões e todas as medidas aberrantes que foram anunciadas. Para que lutem pelo rompimento com o FMI e pelo não pagamento da dívida usurária, a única saída para o povo trabalhador, algo que sustentamos ao longo desse ano eleitoral e nas lutas a partir da Frente de Izquierda Unidad. Apelando também à defesa das liberdades democráticas, do direito de protesto e contra possíveis medidas a favor dos genocidas. Isso junto com o Encuentro Memoria Verdad y Justicia [Encontro Memória, Verdade e Justiça], como fizemos ao longo de todos esses anos lutando contra a criminalização do protesto e a impunidade de ontem e de hoje.

A Izquierda Socialista apela ao fortalecimento da única alternativa política que tem confrontado todos os governos, a Frente de Izquierda Unidad. Isso para enfrentar, junto com os/as trabalhadores/as, o sindicalismo combativo e a esquerda, as medidas anti-operárias e anti-populares que Milei e Villarruel estão preparando, lutando por uma saída de fundo para o povo trabalhador.

Izquierda Socialista – FIT Unidad
19 de novembro de 2023

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