ESPECIAL | 05 de Junho: Dois anos do rompimento da CST com o PSOL

(acima, a arte de divulgação da ruptura da CST com o PSOL. Publicada em 5 junho de 2023)
Há exatamente dois anos, no dia 5 de junho de 2023, a CST rompia com o PSOL.
Tomamos essa decisão de forma consciente e democrática dentro de nossa organização, por vontade própria. Fizemos isso para honrar nosso programa marxista revolucionário e os princípios básicos da independência política da classe trabalhadora.
No manifesto de ruptura com o PSOL, afirmamos:
“A CST (Corrente Socialista de Trabalhadoras e Trabalhadores), uma das tendências fundadoras do PSOL, decidiu sair do partido. Saímos porque o PSOL rejeitou definitivamente a independência política da classe trabalhadora. O PSOL rasgou seu programa socialista para apoiar e compor o governo Lula/Alckmin junto com representantes dos banqueiros, agronegócio, multinacionais e setores da extrema direita… Antes, o PSOL rejeitava os governos de conciliação com a classe dominante; hoje, ele os integra e apoia. A CST mantém a coerência com o programa que sempre defendemos. Não fundamos o PSOL para estimular a conciliação com os patrões, mas para combatê-la. Justamente por isso, hoje rompemos com o PSOL”
(Por que a CST rompe com o PSOL?, 05/06/23)
Esse manifesto, em formato impresso, com uma tiragem de 10 mil exemplares, foi distribuído em greves, assembleias, escolas, universidades, locais de saneamento e limpeza urbana, fábricas, garagens e estações de transporte, praças e feiras. Foi utilizado em reuniões com inúmeros lutadores sociais. Passados dois anos, embora alguns exemplos tenham envelhecido, o núcleo fundamental de nossa argumentação e da explicação de nossa ruptura segue plenamente válido. E foi confirmado pela luta de classes. A mobilização atual contra os cortes de verbas motivados pelo arcabouço fiscal e contra o PL da Devastação mostra que nossas críticas ao programa, à política de colaboração de classes do PSOL e às medidas no campo da política econômica e ambiental do governo da frente ampla estavam e estão corretas.
O manifesto está republicado aqui abaixo. Você mesmo pode reler e tirar suas próprias conclusões. Além disso, está convidado e convidada a participar de nossas reuniões, expor suas opiniões e dialogar conosco.
Dois anos se passaram desde nossa ruptura com o PSOL. É tempo suficiente para uma avaliação. Em nossa opinião essa decisão foi acertada.
Somos parte da luta de classes e seguimos nossa batalha contra a colaboração de classes e contra a extrema direita. Seguimos nos fortalecendo como organização socialista revolucionária independente, seção no Brasil da UIT-QI (Unidade Internacional de Trabalhadoras e Trabalhadores – Quarta Internacional), organização trotskista morenista.
Entre 2023 e 2024, atuamos nas greves da educação federal, do setor ambiental, dos Correios, do INSS, da educação do PA, RJ e MG, da PepsiCo, da MWM; construímos lutas estudantis, feministas, negras, LGBTQIA+ e ambientais. Apresentamos candidaturas independentes da conciliação de classes. Nosso jornal, o Combate Socialista, segue se fortalecendo como uma voz da esquerda independente e revolucionária. Mantemos uma campanha ofensiva de autofinanciamento.
Continuamos firmes, intervindo nas lutas e nas greves, como nas mais recentes manifestações contra os cortes na educação e nos atos contra o PL da Devastação.
Construímos nossa organização na última greve da educação municipal de SP e na batalha da juventude revolucionária rumo ao congresso da UNE. Combatemos o sectarismo e a autoproclamação propondo a construção de um polo ou bloco da esquerda independente que não compõe o governo Lula/Alckmin é que é consequente contra a extrema direita.
A CST defende a unidade dos revolucionários e revolucionárias. Lutamos por um governo da classe trabalhadora, sem patrões, e um Brasil socialista. Por uma efetiva unidade anti-imperialista latino-americana, rumo a uma Federação das Repúblicas Socialistas da América Latina.
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Leia o manifesto de ruptura com o PSOL:
Por que a CST rompe com o PSOL, de 05 de junho de 2023
(Originalmente publicada na edição especial n°168, do Jornal Combate Socialista)
Leia entrevista com Babá, coordenador nacional da CST:
“O PSOL se tornou um partido da ordem capitalista”, 05 de junho de 2025
(Originalmente publicada na edição n°195 do Jornal Combate Socialista)
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A batalha que nos levou a ruptura com PSOL teve alguns antecedentes:
- Os rumos do PSOL após o seu 7º Congresso Nacional, Outubro de 2021
- Fortalecer o bloco de oposição ao lulismo no PSOL, Outubro de 2021
- Em defesa do programa fundacional!, Fevereiro de 2022
- Rechaçamos a proposta de federação partidária do PSOL com a Rede Sustentabilidade! Por uma reunião nacional dos que rejeitam a REDE!, Fevereiro 2022
- Manifesto PSOL sem patrões!, março de 2022
- Na Conferência Eleitoral, rejeitar a chapa burguesa Lula-Alckmin! | PSOL sem patrões!, abril de 2022
- Declaração da CST sobre a “conferência eleitoral” do PSOL, Abril 2022
- A Conferência do PSOL aprova o apoio a Lula-Alckmin | A CST não acatará essa decisão e chama a base psolista a se rebelar!, Maio de 2022
- A posição da CST nas eleições | Combate Socialista n°153, Junho de 2022
- Por um PSOL independente!, Novembro de 2022
- O PSOL não pode apoiar e nem integrar o governo de conciliação de classes de Lula-Alckmin!, Dezembro de 2022
- PSOL: Lutar nas bases contra o apoio ao governo de Lula-Alckmin! Unir os que defendem a independência do PSOL, Dezembro de 2022
- Disputar “rumos” e apoiar as “medidas progressivas” de Lula/Alckmin?, Março de 2023
- Carta aberta à direção e à militância do PSOL, Abril de 2023
- Diretório Nacional não vota contra o arcabouço fiscal e reafirma PSOL no governo Lula-Alckmin, Abril de 2023